Antes de adquirir um telefone de segunda mão, é importante verificar itens como IMEI, estado físico, bateria e acessórios, além de conferir a procedência do aparelho Comprar um celular Xiaomi usado pode ser uma alternativa vantajosa para quem deseja economizar sem abrir mão de um aparelho com bom desempenho, câmeras competentes e acesso ao sistema mais recente da marca, o HyperOS. Muitos modelos intermediários e até topo de linha da Xiaomi continuam recebendo atualizações por anos, o que torna a compra de segunda mão uma possibilidade atrativa para os usuários. No entanto, como toda negociação envolvendo eletrônicos usados, é preciso redobrar a atenção para não cair em armadilhas.
Aparelhos com valores muito abaixo da média, software modificado ou bloqueios de operadora podem esconder uma série de problemas, que vão desde falhas técnicas até casos mais graves, como adulteração de peças ou celulares roubados com IMEI irregular. Para evitar dores de cabeça, é essencial investigar a procedência do produto, testar todas as funções antes da compra e avaliar com cuidado o comportamento do vendedor.
Sinais como recusa em mostrar o número do IMEI, impedir a restauração de fábrica ou insistir em pagamentos antecipados são alertas que não devem ser ignorados. Pensando nisso, o TechTudo reuniu os principais pontos que você deve considerar antes de fechar negócio em um Xiaomi usado — e o que pode indicar se vale ou não a pena seguir com a compra.
Celular Xiaomi usado: veja os cuidados ao comprar e se vale a pena
O TechTudo reuniu, em tópicos, os principais cuidados que você deve ter ao comprar um celular Xiaomi usado. No índice a seguir, veja todos os pontos que serão abordados ao longo da matéria.
1. Onde comprar celular Xiaomi usado
Plataformas como Mercado Livre, OLX, Enjoei, Shopee e redes sociais como o Facebook Marketplace estão entre as opções mais populares para comprar celulares Xiaomi usados no Brasil. O Mercado Livre é considerado uma das alternativas mais seguras, uma vez que intermedia o pagamento: o valor só é liberado ao vendedor após o comprador confirmar o recebimento do produto. Além disso, perfis bem avaliados recebem selos como o “Vendedor Platinum”, o que facilita a identificação de usuários confiáveis.
A Shopee também atua como intermediária e oferece garantia de entrega. Entretanto, como o marketplace chinês concentra muitos vendedores internacionais e anúncios de produtos recondicionados, é importante verificar se o celular é nacional, tem homologação da Anatel e se o envio será feito do Brasil — o que influencia na garantia e no tempo de entrega.
A OLX não oferece intermediação financeira, o que exige atenção redobrada dos compradores. Negociar diretamente com o vendedor requer cuidados extras, como marcar encontros em locais públicos e testar o celular pessoalmente antes do pagamento. A Enjoei, por outro lado, processa os pagamentos, mas não realiza inspeção técnica dos produtos — o que significa que a confiança no vendedor é fundamental. Já o Facebook Marketplace costuma ter bons preços e grande variedade de anúncios, mas exige o mesmo nível de cautela praticado na OLX.
No Reclame Aqui, as plataformas apresentam reputações variadas. O Mercado Livre tem avaliação “boa”, com nota média de 7.4, alto índice de solução e resposta rápida às reclamações. A OLX é avaliada como “ótima”, com nota 8.5 e taxa de resposta quase perfeita. A Enjoei aparece com reputação “boa”, nota 7.6 e 92,5% das reclamações respondidas. Já a Shopee tem avaliação “ótima”, com a maior nota — 8.7 e 100% de taxa de resposta.
2. Quais os celulares Xiaomi usados mais vendidos?
Segundo levantamento da OLX, os celulares Xiaomi mais populares no mercado de usados entre janeiro e abril de 2025 pertencem, em sua maioria, à linha Redmi Note — conhecida pelo bom desempenho, preço acessível e ampla disponibilidade. O estudo levou em conta a atividade de usuários na plataforma e revelou os modelos mais vendidos, mais procurados e mais anunciados no período. O grande destaque em todas as categorias foi o Redmi Note 13, que lidera o interesse dos consumidores brasileiros.
Os dados mostram que o público segue buscando aparelhos equilibrados e com bom custo-benefício, incluindo modelos mais antigos como o Redmi Note 8, lançado em 2019. Já o Redmi Note 12 e o Redmi Note 11 também aparecem, sustentando a popularidade da série mesmo após o lançamento de novas gerações. Veja abaixo os celulares Xiaomi mais vendidos na OLX.
3. O que observar antes de comprar um celular Xiaomi usado?
Antes de fechar negócio e adquirir um modelo Xiaomi de segunda mão, é essencial ir além da aparência ou do preço. Existem alguns detalhes técnicos e sinais sutis que ajudam a identificar se o aparelho está em boas condições ou se pode trazer dores de cabeça no futuro. Desde a verificação do IMEI até o estado da bateria e a presença de acessórios originais, cada etapa faz diferença para garantir uma compra segura. Saiba mais nas linhas a seguir.
3.1. Faça uma busca pelo número do IMEI
O IMEI é como o “CPF” do celular: ele identifica o aparelho individualmente e é essencial para saber se está tudo certo com o histórico dele. Com esse número de identificação, é possível descobrir se o celular foi bloqueado por roubo, perda ou problemas com operadoras por meio de consulta no site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Felizmente, consultar o IMEI em um celular Xiaomi é bem fácil.
Se o vendedor não tiver a caixa do aparelho, onde consta o número, existem outras duas formas de descobrir o IMEI. A primeira é pelo código universal: basta abrir o app Telefone, digitar *#06# no teclado e aguardar o número do IMEI aparecer automaticamente na tela. A outra maneira é pelo menu de configurações do sistema. Vá em “Configurações” > “Sobre o telefone” > “Informações e especificações detalhadas” > “Status”. Nessa tela, além do IMEI, você também verá dados como modelo, nível da bateria e detalhes do hardware.
3.2. Verifique o estado físico do celular
A aparência externa do celular pode revelar muito sobre o histórico de uso do aparelho. Por isso, é essencial fazer uma análise minuciosa da estrutura física do modelo Xiaomi antes de fechar negócio. Comece avaliando a tela em busca de trincos, riscos profundos ou manchas internas — sinais de que o celular pode ter sofrido quedas ou pressão excessiva. Também é importante observar se há marcas de impacto nas bordas, especialmente próximas aos botões laterais e à entrada USB.
As lentes das câmeras traseiras e frontal merecem atenção especial: qualquer rachadura, descolamento ou arranhão pode afetar diretamente a qualidade das fotos e vídeos. Além disso, verifique se os parafusos da carcaça estão intactos e se o acabamento do aparelho parece original, sem sinais de abertura ou trocas não autorizadas.
Outro ponto importante são os conectores: insira um carregador e fones de ouvido (quando houver entrada P2) para conferir se o encaixe está firme e funcionando corretamente. Sempre que possível, faça essa inspeção com o auxílio de luz natural ou lanterna, que ajuda a evidenciar riscos superficiais e imperfeições que passariam despercebidas em ambientes escuros.
Também vale acessar o menu de testes escondido da Xiaomi — disponível ao tocar várias vezes na versão do kernel, dentro das configurações — para verificar se o alto-falante, sensores, touchscreen e microfone estão funcionando corretamente.
3.3. Teste o funcionamento dos botões e portas
O funcionamento dos botões físicos é um indicativo importante da integridade do celular. Pressione os botões de volume e o botão power várias vezes, avaliando se respondem com rapidez e se não apresentam folgas ou falhas de contato. Botões “moles”, duros demais ou que não reagem podem ser sinal de desgaste ou até de oxidação interna — algo comum em aparelhos expostos à umidade.
Também é fundamental testar a porta de carregamento. Para isso, conecte um carregador e observe se o celular reconhece a fonte de energia de forma imediata. Durante o carregamento, veja se a conexão se mantém estável ou se há interrupções ao menor movimento do cabo — o que pode indicar mau contato ou porta danificada.
Se o modelo contar com entrada para dois chips (dual SIM) ou suporte para cartão microSD, insira os componentes e confirme se o aparelho reconhece todos corretamente. Um celular que não reconhece chip de operadora, por exemplo, pode estar com IMEI bloqueado ou com defeito na placa.
3.4. Verifique a saúde da bateria
A bateria é uma das partes mais sensíveis ao tempo de uso em um celular, e também uma das que mais impactam na experiência do usuário. Por isso, antes de comprar um Xiaomi usado, é interessante verificar como está a saúde da bateria — mesmo que o aparelho esteja funcionando normalmente. Um componente degradado pode causar aquecimento, desligamentos inesperados e autonomia reduzida, obrigando o usuário a andar com o carregador na mochila.
Os celulares da Xiaomi permitem consultar o estado da bateria por meio de um comando direto no discador. Para isso, acesse o app Telefone e digite ##6485##. Assim que o último caractere for inserido, uma tela com informações técnicas será exibida automaticamente. Os dados estão organizados por códigos, mas três deles merecem atenção especial.
O campo MB_00 mostra a carga atual da bateria, em tempo real. Já MB_06 indica a saúde geral da célula: se o valor estiver próximo de 100%, a bateria está em boas condições. Se estiver abaixo de 80%, é sinal de desgaste — o que reduz significativamente o tempo de uso longe da tomada. Por fim, o item MF_02 mostra quantos ciclos de carregamento o celular já completou desde que saiu da fábrica. Quanto maior esse número, maior o desgaste natural esperado.
3.5. Peça a nota fiscal
Mesmo quando a negociação acontece entre pessoas físicas, é recomendável solicitar a nota fiscal ou, no mínimo, um comprovante de compra original do celular. Esse documento ajuda a garantir a procedência do aparelho e pode ser necessário caso o comprador precise comprovar a titularidade em uma eventual assistência técnica, troca ou disputa de propriedade. Além disso, em alguns casos, ele permite validar a garantia do fabricante, caso ela ainda esteja dentro do prazo estipulado.
A nota fiscal também serve como um indicativo de que o celular não foi adquirido por meios irregulares. Se o vendedor tiver comprado o aparelho em uma loja online ou física, é comum que ele ainda tenha uma versão digital da nota enviada por e-mail ou armazenada em contas de marketplaces como Amazon, Mercado Livre ou o próprio site da Xiaomi. Caso o vendedor se recuse a apresentar qualquer tipo de comprovação da compra, vale a pena reconsiderar o negócio — a ausência do documento pode indicar que o produto não tem origem confiável ou que já passou por muitas mãos.
3.6. Veja se o celular acompanha acessórios originais
Apesar de não ser uma exigência legal, a presença de acessórios originais — como carregador, cabo USB, capinha, fone de ouvido e até a caixa do produto — é um bom indicativo de que o celular foi bem conservado pelo antigo dono. Itens originais podem mostrar que o aparelho passou por menos trocas de dono e intervenções e, em muitos casos, ainda preserva características de fábrica que garantem melhor desempenho e compatibilidade.
Acessórios originais, como o carregador, indicam melhor conservação do celular e ajudam a evitar problemas como superaquecimento
Além disso, celulares que vêm com a embalagem completa tendem a ter maior valor de revenda no futuro, caso o novo comprador decida trocá-lo depois de um tempo. Um carregador paralelo, por exemplo, pode comprometer a vida útil da bateria ou até causar superaquecimento. Se o vendedor não tiver mais os itens originais, isso não inviabiliza a compra, mas pode servir como argumento para negociar um valor menor ou solicitar acessórios novos como parte do acordo.
4. Experiências de quem comprou um celular Xiaomi usado
Embora não existam muitos relatos detalhados sobre a compra de celulares Xiaomi usados na Internet, alguns usuários compartilharam suas experiências em redes sociais e fóruns. No grupo “Meu Xiaomi Brasil”, no Facebook, por exemplo, o usuário Matheus Araujo contou que adquiriu um Redmi Note 11 por R$ 400 com caixa, carregador e nota fiscal. Segundo ele, o aparelho chegou rodando a MIUI 12 e funcionava normalmente.
Após a compra, o sistema foi atualizado para a MIUI 13 e depois para a MIUI 14, sem apresentar falhas. No entanto, ao migrar para a HyperOS, o celular começou a apresentar “toques fantasmas”, com a tela congelando e realizando comandos sozinha por alguns segundos. O problema desapareceu após a instalação de um patch de segurança, mas deixou o comprador inseguro quanto à confiabilidade do sistema.
Outro exemplo vem do criador de conteúdo Fabio Serafim, que compartilhou no TikTok sua experiência com a compra de modelos Xiaomi usados pela Shopee. Ele adquiriu um Mi Note com leves marcas de uso, como arranhões na tela e na parte traseira, mas relatou que o aparelho funcionava bem no geral. Fabio comprou ainda um Redmi Note 4, também via Shopee, e observou que o celular chegou com alguns aplicativos instalados de fábrica e o software de câmera aberta, porém, novamente, funcionando.
No final das contas, quem avalia bem o aparelho, checa o histórico do vendedor e testa todas as funções antes de fechar negócio tem mais chances de garantir um bom custo-benefício e evitar dores de cabeça. Já quem ignora sinais de alerta pode correr o risco de levar para casa um aparelho cheio de problemas — mesmo que, à primeira vista, ele pareça estar em perfeito estado.
Fonte: techtudo